Curva do crescimento infantil, Quando ela faz aquela curva ascendente os pais sorriem, satisfeitos e aliviados. Afinal, está ali a prova de que o filho está crescendo e engordando mês a mês.
O crescimento da criança é o melhor indicador de saúde em qualquer fase da vida. Por isso, pais devem estar constantemente atentos à altura e peso dos filhos desde seu nascimento até o período final do crescimento, conhecido como puberdade. Para ajudar os pais e médicos nessa percepção existe a curva de crescimento infantil.
O que é curva de crescimento?
A curva de crescimento infantil é um padrão internacional que foi desenvolvido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como forma de acompanhar o estado nutricional das crianças.
Com a padronização dos parâmetros é possível avaliar a curva de crescimento infantil em qualquer país, independente da etnia, condição socioeconômica e alimentação. A única variável deste padrão é o sexo da criança.
Quais são os fatores que influenciam na curva de crescimento infantil?
A altura que seu filho(a) vai ter quando chegar à idade adulta tem tudo a ver com a altura dos pais.
Mas não é só isso. Outros fatores também influenciam para que a criança atinja todo o seu potencial de crescimento: nutrição, ausência de doenças crônicas, sono adequado, prática moderada de exercícios, saúde emocional, entre outros.
Quando a curva é motivo de preocupação?
Por vezes, uma criança é mais baixa ou mais magra porque herdou essa característica dos pais. Assim, ter um desenvolvimento aparentemente abaixo da media não é um motivo absoluto para preocupação. Os pais devem, no entanto, ficar atentos se houver queda de 2 ou mais percentis na curva. O gráfico descendente é um sinal de alerta, especialmente se a criança estiver classificada entre percentis 3 e 15.
Esses percentis mais baixos mostram que a criança está em uma situação de baixa estatura ou baixo peso para a idade. O percentil eventualmente pode cair, se o apetite da criança diminuir ou a atividade física aumentar em algum período. Outra informação importante é que a estatura e peso da criança devem estar no mesmo percentil.
Qual o crescimento típico infantil?
O crescimento da criança não segue obrigatoriamente as mesmas regras em todos os casos. Contudo, a curva de crescimento infantil deve ser acompanhada. As curvas e os gráficos de crescimento são informações padronizadas que se baseiam no desenvolvimento da maioria das crianças.
Junto dele, é possível avaliar a taxa de crescimento de uma pessoa comparando-a com grupos da mesma idade e sexo, tornando possível identificar algo de errado no amadurecimento da criança.
O crescimento do ponto de vista físico corresponde ao aumento de altura, peso, membros, órgãos e quaisquer outras mudanças que podem ocorrer no corpo das crianças.
Lactante
As crianças de 0 a 3 anos de vida fazem parte do período lactante. Logo após ao nascimento, o recém-nascido perde cerca de 5 a 10% de seu peso, recuperando-o por volta de 2 semanas, quando seu crescimento é iniciado.
Entre 4 a 6 meses, o peso do bebê deve ser o dobro do apresentado ao nascer, e seu crescimento pode chegar até 25cm. Aos 2 anos, é natural que o bebê diminua o ritmo de crescimento.
Pré-puberal
A fase de crescimento pré-puberal ocorre entre 3 aos 13 anos, com a criança crescendo em ritmo constante. Entretanto, muitas crianças costumam não crescer de forma contínua ao longo do período. É importante perceber se há um padrão de meses ou semanas em que a criança apresenta crescimento lento. Espera-se que a criança apresente uma média de crescimento de 5 cm ao ano nessa etapa.
Puberdade
No período da puberdade, os pais podem observar um surto de desenvolvimento que dura entre 2 a 5 anos, e o padrão de crescimento deve estar em torno de 8 a 14 cm ao ano. Ao atingir entre 15 e 17 anos, o crescimento se encerra, devido ao fim do desenvolvimento físico.
Quais fatores podem interferir na curva de crescimento infantil?
São muitos os fatores que podem contribuir para que a criança tenha problemas de crescimento e desenvolvimento, desde alterações na produção hormonal até herança genética. Confira os principais.
Atividades físicas em excesso
A atividade física em excesso pode ser um dos fatores que afetam a curva de crescimento infantil. Pesquisadores da Universidade de Utah mostraram que crianças que gastavam mais tempo e energia em atividades físicas excessivas eram significativamente menores, mais leves e com baixos níveis de gordura corporal.
É fundamental que a criança tenha equilíbrio com a prática de atividades físicas.
Alimentação deficiente
Ainda que a genética seja um fator predominante no que diz respeito à altura, a influência de fatores ambientais, como a desnutrição, acaba sendo mais atuante que o fator genético na determinação da estatura final.
Diante de uma alimentação insuficiente ou que seja carente de nutrientes essenciais, o organismo diminui sua atividade metabólica, poupando gastos de energia e desacelerando o crescimento da criança. Por esse motivo, é essencial que a criança tenha uma alimentação com grande variedade à mesa.
Pais devem dar exemplo seguindo um padrão alimentar equilibrado, tendo como parte da alimentação familiar frutas, verduras, legumes, carboidratos, leguminosas, proteínas, e laticínios, preferindo sempre alimentos in natura ou minimamente processados.Devemos lembrar ainda de casos em que a criança conta com alimentação adequada, porém, apresenta dificuldades na absorção dos nutrientes, como é o caso da intolerância alimentar, motivo que pode também comprometer a curva de crescimento infantil.
Qual o papel do médico diante da curva de crescimento infantil?
O médico é o profissional responsável por realizar o diagnóstico e tratamento de distúrbios no crescimento da criança. Da mesma forma, o endocrinologista é o especialista responsável por transtornos endocrinológicos na infância e adolescência, tratando do crescimento, tireoide, diabetes, obesidade, distúrbios de diferenciação sexual e alterações no metabolismo.
É no período neonatal que surgem anormalidades como hiperplasia adrenal congênita e hipotireoidismo congênito. Já em idade infantil, quadros como diabetes, puberdade precoce e crescimento deficiente são mais comuns, e na adolescência, a falta de desenvolvimento puberal e genital, obesidade e disfunções tireoidianas autoimunes são as queixas mais frequentes.
Diante da dúvida sobre o crescimento da criança de acordo com sua idade, baseada na curva de crescimento infantil, o endocrinologista realizará avaliações que incluem cuidar da história clínica abrangendo o histórico da gravidez, parto, altura e peso da criança ao nascer, conhecimento sobre a alimentação da criança e outros hábitos de vida, como a prática de atividades físicas, altura dos familiares, avaliação do ambiente social em que a criança vive, e mais.
Avaliando o crescimento infantil
Para que seja avaliado o ritmo de desenvolvimento da criança, os médicos utilizam a velocidade de crescimento. Para isso, é necessário ter pelo menos 2 medidas da estatura do paciente, e um intervalo de tempo entre elas.
Nos primeiros meses de vida, as medidas podem ser mensais e, posteriormente, a cada 3 ou 4 meses. Isso porque a criança cresce em média 25 cm nos dois primeiros anos de vida, tem uma desaceleração progressiva da velocidade de seu crescimento, e volta a acelerar durante a puberdade.
O acompanhamento com pediatra é fundamental para detectar qualquer alteração dessa velocidade de crescimento , quanto mais cedo percebido o problema, melhores as chances de recuperação.
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