Fase oral das crianças

A fase oral é marcada pelo primeiro contato do bebê com o mundo exterior, que é através da amamentação. É em contato com o seio da mãe que o bebê vai se alimentar, se saciar, sentir conforto e prazer. Por isso, não podemos estranhar que ele queira explorar e conhecer os objetos por meio da boca. Primeiro, as mãos, os pés e depois tudo que eles segurem. Assim, eles experimentam sensações, gostos, texturas e até mesmo quente e frio.

O desenvolvimento infantil passa por diversas etapas e a fase oral é uma delas. Ela acontece por volta dos 3 meses de idade e dura até os 18 meses (embora não sejam raros os casos de crianças maiores com essa fase persistente).

Apesar de muitos pais se preocuparem com a duração dessa fase, ela é importante para o desenvolvimento do bebê.

fase oral das crianças

Cuidados na fase oral dos bebês

Quando as crianças começarem a colocar tudo na boca, os pais devem acender o sinal de alerta e tomar cuidado com alguns detalhes que possam passar despercebidos. Esses objetos podem acabar causando risco de engasgo, sufocamento dos bebês e até mesmo intoxicação. Para evitar esses tipos de acidentes, veja algumas dicas de segurança:

Não deixar que o bebê pegue objetos muito pequenos ou com risco de quebrar dentro da boca;

Oferecer mordedores de silicone para que eles coloquem na boca. Assim, eles saciam esse desejo e não correm riscos;

Guardar produtos de limpeza longe do alcance dos pequenos;

Pedaços de plásticos de embalagem também podem fazer com que a criança engasgue;

Não deixar que a criança tenha acesso a objetos pontiagudos e cortantes;

Evitar que pessoas desconhecidas peguem nas mãos dos bebês;

Principais características da fase oral nos bebês

A fase oral é marcada pelo hábito do bebê em levar à boca tudo o que está ao alcance das mãos (incluindo os próprios dedinhos). Durante essa etapa da vida, não são apenas mordedores, chupetas e polegares que vão parar na boca do pequeno, mas também, o controle remoto, a penugem do tapete, pedaços de comida caída no chão e qualquer outro objeto em seu caminho.

Por mais anti-higiênico que pareça, isso faz parte de um processo natural do desenvolvimento do bebê. Para entender melhor, conheça mais a respeito das características dessa fase a seguir.

Exploração do ambiente

Quando a coordenação motora das mãos está sendo aperfeiçoada, seu bebê ainda não é capaz de sentir e apalpar os objetos à volta de maneira satisfatória. Assim, ele usa a boca e os lábios, que são repletos de nervos sensoriais, para entender se algo é macio, duro, frio, quente, liso ou áspero. Assim, essa experiência faz com que o seu filho se acostume com as diferentes texturas e sensações.

Desenvolvimento do paladar

A fase oral também leva o bebê a aprender a identificar se algo é ou não comestível. Dessa forma, contribui na formação do paladar e, consequentemente, na hora de iniciar o processo de introdução alimentar. Isso sem contar que o ato de chupar e morder ajuda a amadurecer a coordenação da boca, língua, mandíbula e bochechas.

Fortalecimento do sistema imunológico

Além de servir para explorar o mundo, a fase oral favorece a formação do sistema imunológico. Ao colocar objetos na boca, o corpo aprende a identificar germes e bactérias e a se proteger desses invasores. Dessa forma, o bebê fortalece as suas defesas e se desenvolve de forma mais saudável.

Sensação de conforto

A mania de colocar o polegar na boca também faz parte dessa fase oral. Essa é uma forma de os bebês se acalmarem quando se sentem desconfortáveis, seja por estarem sonolentos, seja por fome, irritação ou outros motivos. Assim, levar o dedo à boca ajuda o pequeno a relaxar e também a pegar no sono.

Quando essa fase começa e termina?

Antes mesmo de o bebê nascer, já é possível vê-lo com o polegar na boca através do ultrassom. Após o nascimento, a fase oral continua a se desenvolver e, por volta de 3 a 5 meses, ele começa a descobrir o ambiente à sua volta. Nessa etapa, o bebê estende as mãozinhas para pegar os objetos e, ao conseguir segurar, os levando direto à boca.

Durante o surgimento dos primeiros dentinhos, as gengivas costumam inflamar todo o tempo, causando dor e coceira na região. Isso faz com que o período de dentição coincida com a fase oral, já que seu bebê sente a necessidade de aliviar o incômodo ao morder as coisas ao redor.

À medida que o bebê cresce, suas habilidades motoras se aprimoram e ele passa a explorar mais o mundo a partir do tato. Assim, a fase oral, geralmente, termina por volta dos 18 meses, embora algumas crianças persistam com esse hábito por mais um tempo. Por essa razão, é importante ter paciência durante esse processo, já que cada criança tem o seu próprio tempo.

Fase oral tardia

Quando a fase oral demora a passar e o bebê não deixa de chupar o dedo, a chupeta ou a mamadeira, pode provocar alterações de fala, atraso do desenvolvimento e amadurecimento da mastigação de deglutição e de posição dos lábios, causando respiração oral ou mista.

Também pode causar problemas na aceitação de determinados alimentos. Se isso ocorrer, é preciso auxílio de psicólogo, fonoaudiólogo, dentista e nutricionista. Os profissionais de saúde poderão diagnosticar as causas desse comportamento, trabalhar para eliminá-lo e tratar as consequências.

Além disso, essas crianças geralmente são super protegidas pelos pais e tratadas de maneira infantilizada. Nesses casos, elas podem ter o desenvolvimento infantil prejudicado, já que entrarão imaturas nas próximas etapas da infância.

Nesses casos, o acompanhamento psicológico é necessário para que essa fase seja superada sem traumas e/ou prejuízos ao seu desenvolvimento.

Cuidados na fase oral do bebê

Como a fase oral é natural, os pais não devem ser radicais e impedir que o bebê experimente o mundo pela boca. Como eu falei, essa fase é importante para o desenvolvimento do bebê, mas é claro que alguns cuidados precisam ser tomados para garantir a segurança do seu bebê durante essa fase:

Objetos pequenos

Você já deve ter reparado em algum momento seu filho expulsar rapidamente alguma papinha ou outro alimento com sabor e textura que ele não conhecia ou que não gostou. Isso acontece porque ele tem o chamado “reflexo de GAG”, o que faz com que seus movimentos para cuspir ou vomitar sejam bem fortes.

Esse mecanismo “anti engasgo” ajuda a expulsar objetos com tamanhos maiores que os limites dentro da boca do pequeno. Apesar de contribuir para a segurança do bebê, é óbvio que não podemos contar apenas com esse reflexo para evitar riscos de sufocamento em sua fase oral.

Sendo assim, certifique-se de que os brinquedos do bebê são seguros e não contém peças pequenas que possam ser engolidas. Faça uma inspeção pela casa e remova qualquer objeto que possa ser perigoso.

Contaminação de microorganismos

O contato com microorganismos externos ajuda a deixar o sistema imunológico do bebê mais forte. Além disso, se ele estiver com todas as vacinas em dia, dificilmente ele vai adoecer apenas por colocar na boca objetos que pegou no chão com um pouco de poeira. O que causa doenças é o contato com vírus e bactérias presentes em objetos que foram manuseados por outras pessoas contaminadas.

Porém, isso não quer dizer que seu bebê deva colocar qualquer coisa que encontrar na boca, pois pode haver o risco de contaminação. O melhor é buscar sempre manter a higiene frequente no ambiente e nos brinquedos para controlar o risco de infecção.

Produtos perigosos

Como é de se esperar, bebês não têm noção do que é ou não perigoso. Tudo o que está no caminho parece algo interessante e que merece ser explorado com a boca. Por esse motivo, também é fundamental deixar fora do alcance produtos de limpeza, medicamentos, esmalte, bebidas alcoólicas e outros que sejam potencialmente venenosos.

Tomando os devidos cuidados, é possível proteger seu bebê durante a fase oral e passar por ela sem nenhum problema. É preciso ter um pouco de paciência, pois leva um tempo para o seu pequeno aprender o que pode e o que não pode ser levado à boca.

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